Em outras palavras: eu nunca imaginei que seria assim. Tendo recebido o cheque, o primeiro nesta fase, encontro, à porta do cliente, um amigo meu de velha data, também prestador de serviço àquele cliente, que há tempo eu não via. Cumprimentei-o com alegria aceitei sua surpresa por encontrar-me. – Uai, cê tá no ramo? – Pois é, sô, voltei. Um pouco diferente agora, mas voltei. Precisamos conversar. – Passa lá, uai. Cê sumiu. Quanto tempo! Vc não mudou nada – mentiu pra me agradar. Sorri, semiabraçamo-nos e deixei-o lá. Corri para o banco. Ah, meu Deus, descontar cheque, que coisa mais antiga! Fazer o quê. Fiz menção de esvaziar os bolsos, mas o guarda, julgando-me confiável chamou-me com a mão direita. “Venha”. Passei a porta da humilhação, pedi a senha normal. A pressa me incomodava, a fila me atordoava. Alguns anos sem receber um cheque e pego logo essa fila morosa. Desejei que houvessem se passado os dois dias próximos, mas, com o tempo não se brinca. Nem be...