IMAGEM

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Visível, real, na multidão o vulto.
Negros caracóis toldando o escopo,
Encobrem o derredor dos ombros.

Fito-o, o sobrolho me contrai,
Focando em zoom a fugidia imagem.
Esgueiro entre os transeuntes.

Nem sons, nem cores.
Arrepio, adrenalina corre,
E a presa sente-se caçada

Relaxo a gozar o lindo instante.
Tentando achar perdida compostura,
Ensaio dizer-lhe umas frases doces

Mas quando faço pose de poeta,
Se distancia num mover discreto,
Deixando gosto estranho de até nunca.

Tempo depois, desiludido aguço o olfato,
No ar ainda paira o cheiro dela.
Esse maluco desencontro mágico.

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