Poesia para quem tem alma
Auto-exegese
Joanyr de Oliveira
O poeta é assim: vai construindo.
Material leve e sem corpo
Brota dos canteiros do pensamento.
Moeda não é preciso, nem estudo de
viabilidade
Tudo é viável.
Uma pedra amanhece flor ou pássaro,
O voo um sopro de silêncios.
O féretro matinal pode ser
Nada metafísico ou estático.
Ou enfático, mas compor tênue mancha
A brincar nos ombros da paisagem.
O poeta é assim: ninguém lhe traduz
O rosto a equilibrar o infinito.
Bebendo as veias do mundo
Mastiga as metáforas verdes
E as que se abrem ao beijo da solidão
Só os anjos amam seu instável idioma
O poeta é assim.
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