O discurso comovente de d’A Lágrima de Guerra Junqueiro
Hezio Teixeira* Ainda surpreendo-me, 45 anos depois de haver lido pela primeira vez, com a oralidade contida no “A lágrima”, de Guerra Junqueiro. Ainda espanta-me o discurso silencioso da etérea lágrima, exercida em sua passividade, ante as manobras sedutoras dos seus pretendentes. Nem ouro, nem poder, nem força. Todos apequenados em importância, ante a gota de orvalho. Ainda rendo-me ao trabalho professoral do quase simplório e antiquado Antônio Ferreira, o professor que apresentou a mim esse poeta inesquecível. No entanto, se se reunissem hoje meus colegas de sala da época para perguntar “quem se lembra”, pressinto: um ou outro apenas apresentar-me-ia reminiscências do poema, mas duvido que alguém do professor tenha se esquecido. Nem o prof. Antônio restringiu-se a esse poeta, nem esse poeta restringiu-se a essa obra, logicamente. Contudo, a intensidade do discurso, a complexidade narrativa e a eloquência da mensagem possibilitam ao leitor a imediata c